terça-feira, 27 de abril de 2010

Sempre escreverei

"Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor." (Fernando Pessoa)

Eu poderia de forma clássica - escrever ao invés daquilo - "Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena". Mas são os primeiros versos que martelam a minha cabeça desde o tempo do preparatório para o vestibular, e também confesso nutrir certo desprezo por aquilo que cai na banalidade, o que não significa dizer que não goste de quadras ao gosto popular. Acontece que desde que quando eu entrei no mundo acadêmico, minha produção literária têm sido escassa, o que me afeta bastante, porque destarte eu ser amante das letras fica aquele peso na consciência do desperdício da minha capacidade bem desenvolvida para a escrita. Interrompendo as minhas valiosas divagações, cabe a eu dizer que hoje eu li algo condizente com os versos que iniciei esse texto; algo até com uma tendência universalizante dentro do pensamento intelectual literário, que seria exatamente o sofrimento demandado da arte de escrever e aqui eu me lembro de Beneditino - de Olavo Bilac - que "Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!" ao fazer sua construção literária. E hoje, mesmo sem as maiores inspirações que esperava para romper esse meu período improdutivo, resolvi buscar a inspiração, ultrapassar a dor e passar além do bojador. Ah e claro da falta de tempo sem igual desses tempos contemporâneos. Se bem que dá pra eu enumerar outros fatores que teriam contribuído para o meu ócio, como quando o escritor se cansa de seus personagens, livros, textos e até blog (como eu encerrei um e dei à luz a outro), e também quando a gente passa por um auto-conhecimento tão intenso e das coisas do mundo que acaba não se surpreendo o que ocorre e consequentemente sem ânimo para escrever sobre tais ocorrências desinteressantes. Depois de um amadurecimento e um ainda em andamento (processo de re-sensibilização), estou pronta para produzir de forma objetiva (refiro-me ao ato de construir a escrita) e reavivando os eternos vínculos poéticos inerentes a mim.




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